Gestão de Energia: Como Reduzir Custos no seu Negócio

Jus Energy Consultoria em Energia

11/3/20256 min read

Empresários enfrentam rotinas intensas e nem sempre possuem conhecimento aprofundado sobre energia elétrica. Por isso, a gestão energética tornou-se fundamental para aumentar a eficiência operacional e a competitividade das empresas no cenário atual.

A energia elétrica representa uma parcela significativa dos custos operacionais em diversos segmentos empresariais. Desde pequenos comércios até grandes indústrias, todos dependem do fornecimento contínuo e confiável de eletricidade para manter suas operações. Entretanto, muitos gestores desconhecem as oportunidades existentes para otimizar esse gasto e transformá-lo em vantagem competitiva.

O que é Gestão de Energia?

De forma objetiva, a gestão de energia busca três pilares principais:

  • Garantir que os pagamentos das faturas estejam corretos

  • Identificar as melhores oportunidades disponíveis no mercado

  • Fornecer informações técnicas atualizadas do setor elétrico

Mais do que simplesmente pagar a conta de luz, a gestão energética envolve uma compreensão profunda de como a energia é consumida, quais são os horários de pico de demanda, onde existem desperdícios e quais tecnologias podem ser implementadas para maior eficiência.

O setor elétrico brasileiro passou por transformações importantes nas últimas décadas, com a criação do mercado livre de energia, incentivos à geração distribuída e novas modalidades tarifárias. Essas mudanças criaram oportunidades que muitas empresas ainda não conhecem ou não sabem como aproveitar adequadamente.

Como Encontrar Soluções Adequadas

A redução de custos com energia requer uma análise técnica criteriosa, que considera:

  • O perfil de consumo atual da empresa

  • As características do negócio e seus planos futuros

  • As alternativas disponíveis no mercado de energia

Cada empresa possui um padrão único de consumo. Uma indústria que opera em três turnos tem necessidades diferentes de um escritório comercial que funciona apenas em horário comercial. Da mesma forma, um supermercado com grande demanda de refrigeração apresenta características distintas de uma metalúrgica com fornos elétricos.

Por meio de uma gestão eficiente, é possível não apenas reduzir o consumo, mas também gerar economia nas faturas, liberando recursos para investimentos em outras áreas estratégicas. Muitas empresas descobrem que estão pagando por serviços desnecessários ou utilizando modalidades tarifárias inadequadas ao seu perfil de consumo.

A análise do histórico de consumo revela padrões importantes: horários de maior demanda, sazonalidades ao longo do ano, picos inesperados que podem indicar problemas nos equipamentos, entre outros aspectos relevantes para a tomada de decisão.

Principais Benefícios

Uma gestão energética bem estruturada pode proporcionar:

  • Redução significativa de custos operacionais

  • Otimização dos processos produtivos

  • Maior competitividade no mercado

Além desses benefícios diretos, existe o ganho em sustentabilidade e responsabilidade ambiental. Empresas que demonstram compromisso com o uso eficiente de recursos naturais fortalecem sua imagem perante clientes, investidores e a sociedade em geral.

A previsibilidade dos custos também melhora substancialmente. Com uma gestão adequada, é possível estimar com maior precisão os gastos futuros com energia, facilitando o planejamento financeiro e orçamentário da empresa. Surpresas desagradáveis nas faturas tornam-se mais raras quando há monitoramento constante e compreensão dos fatores que influenciam o valor cobrado.

Outro benefício frequentemente subestimado é a melhoria na confiabilidade do fornecimento. Identificar problemas na instalação elétrica, dimensionamento inadequado de equipamentos ou falhas na qualidade da energia pode evitar paradas não programadas e prejuízos à produção.

Entendendo as Tarifas de Energia

O sistema tarifário brasileiro de energia elétrica é complexo e possui diversas modalidades. Para consumidores do grupo A (alta tensão), existem tarifas diferenciadas por horário de consumo, com valores mais elevados nos períodos de pico do sistema elétrico.

Conhecer essas variações e adequar os processos produtivos aos horários de tarifa mais baixa pode gerar economias expressivas. Algumas empresas conseguem reorganizar turnos de trabalho ou programar equipamentos de maior consumo para funcionarem fora dos horários de ponta, reduzindo significativamente os custos.

Além disso, existem componentes tarifários que muitos gestores desconhecem: demanda contratada, ultrapassagem, fator de potência, bandeiras tarifárias, entre outros. Cada um desses itens pode representar custos adicionais se não forem gerenciados adequadamente.

Estratégias Possíveis

Existem diversos caminhos para melhorar a eficiência energética:

Análise de Infraestrutura

A revisão completa de equipamentos permite identificar necessidades de manutenção ou substituição. Motores antigos, sistemas de iluminação obsoletos e equipamentos de climatização ineficientes consomem mais energia do que seria necessário com tecnologias modernas.

Investimentos em modernização, embora possam parecer elevados inicialmente, frequentemente se pagam em poucos anos através da economia gerada. Lâmpadas LED, por exemplo, consomem até 80% menos energia que as incandescentes e possuem vida útil muito superior.

Sistemas de automação também contribuem para a eficiência, permitindo o controle preciso de iluminação, climatização e outros equipamentos conforme a real necessidade de cada ambiente e momento.

Revisão Contratual

A avaliação dos contratos vigentes de fornecimento de energia pode revelar oportunidades importantes. Muitas empresas permanecem anos com contratos inadequados simplesmente por desconhecerem as alternativas disponíveis.

A modalidade tarifária, o valor da demanda contratada e as condições comerciais devem ser periodicamente revisados para garantir que continuam adequados ao perfil da empresa. Mudanças no processo produtivo, expansões ou reduções de atividade impactam o consumo e podem tornar necessário o reajuste contratual.

Alternativas de Mercado

A migração para o mercado livre de energia é uma possibilidade para empresas que atendem aos requisitos de demanda mínima. Nesse ambiente, é possível negociar diretamente com fornecedores, escolher a fonte de energia e, frequentemente, obter preços mais competitivos que no mercado regulado.

A geração distribuída, por meio de painéis solares fotovoltaicos ou outras fontes renováveis, tornou-se economicamente viável para muitos negócios. Além da redução na fatura, a empresa passa a ter maior independência energética e contribui para a sustentabilidade ambiental.

Existem também modelos de geração compartilhada e fazendas solares que permitem às empresas se beneficiarem da energia renovável sem necessidade de instalar equipamentos em suas próprias instalações.

Eficiência Operacional

A adoção de tecnologias mais eficientes vai além da substituição de equipamentos. Envolve a revisão de processos para eliminar desperdícios, otimizar o uso de recursos e implementar melhorias contínuas.

Processos sustentáveis não beneficiam apenas o meio ambiente, mas também a economia da empresa. Reduzir o consumo de energia significa reduzir custos operacionais de forma permanente.

Programas de conscientização de colaboradores são fundamentais. Funcionários informados sobre a importância do uso racional de energia e treinados para identificar desperdícios tornam-se aliados na busca pela eficiência. Pequenas ações cotidianas, multiplicadas por todos os colaboradores, geram impacto significativo.

Monitoramento e Medição

Não é possível gerenciar aquilo que não se mede. A implementação de sistemas de monitoramento permite acompanhar em tempo real o consumo de energia, identificar anomalias rapidamente e tomar decisões baseadas em dados concretos.

Tecnologias de medição inteligente possibilitam o detalhamento do consumo por setores, equipamentos ou processos específicos. Essa granularidade na informação facilita a identificação de oportunidades de melhoria e a priorização de investimentos.

Relatórios periódicos com indicadores de desempenho energético ajudam a acompanhar a evolução ao longo do tempo e verificar se as medidas implementadas estão gerando os resultados esperados.

Aspectos Regulatórios e Normativos

O setor elétrico brasileiro é regulado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e possui normas específicas que as empresas precisam conhecer e cumprir. O desconhecimento dessas regras pode resultar em cobranças indevidas ou perda de oportunidades.

Incentivos governamentais para eficiência energética e uso de fontes renováveis são periodicamente disponibilizados. Manter-se atualizado sobre essas oportunidades pode trazer benefícios financeiros adicionais para as empresas que investem em sustentabilidade.

Conclusão

Cada empresa possui necessidades específicas, e a combinação adequada de estratégias depende de uma análise individualizada do negócio. A gestão energética é um processo contínuo que pode trazer resultados expressivos para a saúde financeira e a sustentabilidade das organizações.

O primeiro passo é reconhecer a importância estratégica da energia para o negócio e buscar compreender melhor como esse recurso está sendo utilizado atualmente. A partir desse entendimento, torna-se possível identificar oportunidades, priorizar ações e implementar melhorias que gerarão benefícios duradouros.

Em um mercado cada vez mais competitivo, empresas que negligenciam a gestão energética perdem oportunidades importantes de redução de custos e melhoria de eficiência. Por outro lado, aquelas que tratam a energia como um ativo estratégico posicionam-se melhor para enfrentar desafios e aproveitar as oportunidades do mercado.

A jornada rumo à eficiência energética é contínua e evolutiva. As melhores práticas de hoje podem ser aprimoradas amanhã com novas tecnologias e estratégias. O importante é iniciar esse processo e manter o compromisso constante com a melhoria.

Jus Energy